terça-feira, 14 de julho de 2015

Racismo "Paulista"...--- Geraldo Jr.

Do Blog Blogueiras Negras

Denúncia de racismo na UNESP de Registro (SP)

No dia 3 de abril de 2015, do nada, sem mais nem menos, um colega de faculdade mandou no grupo da turma no whatsapp uma série de memes racistas (seguem em anexo neste e-mail) e entre eles um “e a Diboa vai à loucura”.
Alguns dias depois, durante uma conversa sobre uma viagem que a sala realizaria, o mesmo, a fim de ridicularizar-me pelo uso do turbante, mandou fotos do Carlinhos Brown dizendo que seria eu. Esta segunda ação foi apenas uma repetição das constantes piadinhas sobre meu turbante que rolavam na sala. Contudo, até aí ainda não tinha nada gravado, nenhuma prova escrita, nem imagem.
Algumas semanas antes, quando conversava com alguns colegas algo referente a turbantes, assim que me afastei um pouco do grupo, o rapaz do nada me abordou e disse “só não digo o que eu penso, por que você vai querer mandar me prender”. No momento isso me passou batido, mas depois que ele se revelou descaradamente no grupo, as coisas começaram a fazer mais sentido.
Denunciei para coordenação de curso, e de início me disseram que nada poderia ser feito a respeito disso e que eu deveria fazer um BO, buscar ajuda apenas na justiça. Depois fui orientada por um colega a procurar o diretor administrativo do campus e este pediu que eu protocolasse a denúncia na secretaria e também na ouvidoria para formalizar. Tudo isso ainda no mês de abril.
Até agora, já quase em julho, estou esperando uma tal sindicância que disseram que seria instalada.
Pelas minhas costas, o racista se GABA entre os outros colegas de sala, de que no máximo terá de pagar algumas cestas básicas e que nada mais irá lhe acontecer. Os demais alunos se voltaram contra mim e apoiaram o rapaz dizendo que foi só numa brincadeira que eu estou errada de buscar punição para ele.
Fazendo uma retrospectiva, dos acontecimentos. Parei para analisar. Lembrei-me de fatos que já deveriam ter me chamado atenção para o quanto esse cara é racista. Coisas que quem o defende e apoia pode dizer que são meras coincidências: das várias amigas dele e colegas de sala, ele apenas mantém “brincadeiras” (comentários depreciativos, de deboche) frequentemente com uma garota que é negra (contudo, ela foi uma das primeiras a me criticar por denunciar).
No início passado, quando nos tornamos veteranos, ele por mais de uma vez fez comentários com xingamentos quando referia-se a uma garota negra porque ela não ia nas festas não se submetia aos trotes e ficava mais reservada. Porém ela não era a única a não fazer isso. E dentre os bicos, tinham vários outros que poderiam ser até considerados antipáticos, pela forma de interagir conosco, mas as críticas dele eram apenas para essa garota.
Quanto a mim, eu estava fora do alvo dele enquanto fazia trabalhos acadêmicos junto com ele, estudava junto, o ajudava. A partir do momento que parei de fazer isso, o mesmo passou a me agredir com comentários disfarçados de brincadeiras. Eu não reagi, apenas fui me afastando. Até que ele não aguentou mais e extravasou essa coisa ruim de dentro dele com as mensagens racistas no grupo do whatsapp.

Somos da primeira turma de engenharia de pesca da UNESP Campus Experimental de Registro, Registro-SP.
A faculdade só me pede para esperar, para ter paciência, mas puni-lo até agora nada e soube informalmente quem serão os professores da sindicância sobre o caso.
Um dos professores, depois do ocorrido passou a ser bastante rude comigo e em um churrasco, já alcoolizado, me abordou agressivamente me censurando.
Quando fui lhe pedir explicações sobre tal atitude, uns dias depois ele fez questão de me dizer que o rapaz racista era um bom aluno, que tinha sido infeliz na brincadeira dele, que seria no máximo suspenso, que só levaria uma advertência e que eu deveria pensar melhor antes de me indispor com a turma, pois poderia precisar deles e que por tomar decisões por raiva ou por estar chateada, poderia estragar a relação.
Sinceramente, estou sem fé nenhuma na instituição. Tudo indica que será mais um caso de injustiça.
Abaixo, algumas imagens recebidas no grupo do whatsapp e o a carta de denúncia ao coordenador executivo.
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Imagem destacada: Site do Ministério Público

2 comentários:

  1. Nossa, quanto exagero, puta que pariu. Sou da turma, e presencio tudo o que acontece na sala, todos, TODOS brincam um com os outros com todo tipo de brincadeira, a nossa outra colega negra, leva na brincadeira porque sabe que é brincadeira, como ela também brinca com ele por ser "gordinho" e todos nos brincamos, ele nunca se ofendeu, nunca precisou denunciar ninguém por constrangimento em publico, que ele poderia fazer, outro colega de sala, que inclusive você também sempre fez brincadeiras, insinuando que ele é gay, por várias vezes, e todos sempre brincam, só por brincadeira mesmo, ele também não se ofende e nunca precisou denunciar ninguém. Você passou dos limites, sempre foi uma das primeiras pessoas a tirar sarro dos outros, mas quando era com você, aí era preconceito, era racismo. Com certeza vamos ficar do lado dele, e se for preciso vou depor a favor dele tudo o que sempre aconteceu e fazer questão de frizar suas brincadeiras também com os colegas de turma. ;)

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  2. E se Deus quiser, ele não vai precisar pagar nem cesta básica. ;*

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