sábado, 18 de abril de 2015

Altamiro Borges: Opções da direita: Uma delas é o golpe

Muitos Lutaram e Morreram pra vc poder estar aqui falando e escrevendo

E você....(?)..... ---- Geraldo Jr.




Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:
Não nos enganemos. Existe, sim, uma nova direita no Brasil. Ela foi se
formando e se sedimentando ao longo dos últimos 30 anos, ainda que seja a
continuidade de uma espécie mais antiga.

Essa nova direita não é exatamente partidária ou apenas partidária. Está fortemente nucleada em
aparelhos políticos de outra natureza: mídia, ONGs, institutos, centros
de “estudo” e difusão de ideias. Sua retaguarda material é composta de
empresários bem-sucedidos, broncos mas espertos.

Alguns até fazem graça com governos progressistas. Mas vejam quais
empreendimentos “intelectuais” os Gerdaus e assemelhados andaram
financiando nesses anos e encontraremos think tanks neoliberais.

Outros desses empresários são por nós paparicados, como Lemann. Enquanto isso,
o esclarecido filantropo e educador financia ataques
ciber-guerrilheiros contra nossas ideias e organizações. Outros são
claramente e francamente antirreformas, antirregulações, antiestado.
Anti-nós.

Os donos do Itaú nunca esconderam isso. Ou os Marinho.
Ainda outro dia, o dono da cadeia Riachuelo, conhecido militante do
Partido Liberal, resumiu a ideia, de modo simples e simplório: fora o
Estado! Que as raposas andem livres em campos livres!


Essa nova direita brasileira imita a norte-americana e certamente tem laços,
inclusive financeiros, com os gringos. Volta e meia aparece um traço
dessas ligações. Não surpreende. Afinal, não os une apenas a ideologia,
mas os interesses. Para a grande estratégia americana não interessa um
Brasil que fique em pé e com a coluna reta. É um incômodo para a
influência americana na América do Sul e, como se viu nos últimos anos,
mesmo mais além.

E não nos esqueçamos do modo como olham para as
oportunidades que veem aqui: entrar de sola no pré-sal, substituir
empreiteiras brasileiras, explorar mais fortemente o potencial agrobis.
Uma mina de ouro. Ou várias.

A nova direita americana conseguiu
conciliar duas coisas diferentes e aparentemente contraditórias – os
yuppies financistas, moderninhos e até dissolutos, drogados e
pervertidos, com a direita religiosa fundamentalista, que odeia toda
essa “modernidade”.

Na sala de visitas cabem Lobão, os meninos
siderados de Wall Street e o pastor Feliciano. Para isso, os novos
sacerdotes da direita recriaram o cristianismo. Sequestraram Jesus e o
transformaram em um ícone neoliberal. Há no ar, nas rádios e TVs, uma
nova religião, uma nova teologia, a teologia do sucesso e da realização
individual a qualquer custo. O lucro é uma bênção. O pecado da cobiça se
transformou em virtude que abençoa o crente e homenageia seu deus.

Essa nova direita é radical. Se pudesse, liquidaria todas as políticas
sociais, até a previdência. Sonha com isso. Liquidaria as
regulamentações trabalhistas, ambientais, o que for necessário para
garantir o livre movimento do capital. Se pudessem, revogariam a lei do
imposto de renda progressivo. Quem sabe até a Lei Áurea precisasse de
uma emenda, não é mesmo?

A velha direita, alojada principalmente nos partidos, está um pouco desconcertada. Pelas derrotas e pela pressão dos novos companheiros. Está dividida também quanto aos passos
políticos imediatos. É ingênuo pensar que nenhum segmento da direita
queira golpe ou impeachment. Quem diz isso nega a realidade para
acalentar seus dogmas. Há hoje duas claras posições na direita
partidária brasileira, com equivalentes na direita extra-partidos.

Uma delas não pode e não quer esperar. Não acredita em cozinha lenta. Ou
vê, em um processo desse tipo, resultados que não convêm a seus
interesses. Elementos menores e pessoais também pesam nessas avaliações.
Se a presidenta caísse hoje, digamos, é possível e provável que
tivéssemos novas eleições, mesmo sendo controversa a letra da lei. Aécio
seria candidato? Ainda estaria no baralho. Bem possível. Mas… e se
passarem alguns meses mais, talvez um ano? Bem, daí as eleições ficam
para 2018.

A lembrança de Aécio nos eleitores de direita e
centro-direita talvez se desmanche. Já é mais fraca hoje, ele esperneia
para estar na mídia, nem que seja pelo ridículo. Sua reputação pode não
resistir ao desgoverno revelado que ele e seu mordomo fizeram em Minas.
Ou das demais ilegalidades em que está metido. Qualquer investigação
superficial levaria até à cassação de seu mandato. Ele pode esperar até
2018? Não. Os outros podem. Preferem.

A nova direita, assim como Aécio, aposta numa solução rápida e cirúrgica, radical.
 Não lhe basta a derrubada da presidência. Quer limpar o país dos “ratos”, não nos
iludemos. Seria uma derrota similar a 1964 ou 1970, podemos escolher o
cenário. Uma derrota que determina que por anos sequer a palavra
política seja pronunciada. Escolham o paralelo histórico, mas o silêncio
de cemitério seria desse tipo.

A nova direita sabe que, no PSDB,
precisa de gente como Aécio. Pressiona para que ele se junte à rua e
rompa com a atitude “mole” dos velhos cardeais. Mas Aécio é apenas um
aceno. O céu é o limite. Ou o inferno?

Esses sãos os dados no jogo da direita. E a esquerda?




Altamiro Borges: Opções da direita: Uma delas é o golpe: Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate : Não nos enganemos. Existe, sim, uma nova direita no Brasil. Ela foi se formando e se sedim...

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