quarta-feira, 3 de junho de 2015

MASSA CHEIROSA "PAULISTA=FUNDAMENTALISTA" PRECISANDO DE PERFUME --- Geraldo Jr.

Altamiro Borges: Dê um perfume do Boticário ao Malafaia!: Por Altamiro Borges O anúncio publicitário da marca de cosméticos “O Boticário”, que mostra casais gays trocando presentes no Dia dos N...







Por Altamiro Borges



O anúncio publicitário da marca de cosméticos “O Boticário”, que mostra
casais gays trocando presentes no Dia dos Namorados, gerou acirrada
polêmica nas redes sociais. Num primeiro momento, homofóbicos de várias
seitas – grupos religiosos, núcleos fascistóides e hidrófobos
conservadores – saíram do armário para demonstrar todo o seu ódio e
preconceito. Alguns mais excitados chegaram a propor o boicote aos
produtos da marca; outros até justificaram os atos de violência e
barbárie contra os homossexuais, que já causaram tantas mortes e
feridos. Na sequência, nesta quarta-feira (3), uma generosa onda de
rejeição ao conservadorismo tacanho tomou conta da internet e a hashtag
#famílianãoésóhomememulher ficou no topo do Twitter por várias horas.



A própria empresa não esperava tamanha repercussão ao
comercial. A peça publicitária tinha apenas objetivos mercadológicos.
Ela visava vender mais perfumes e auferir maiores lucros. Mas, diante da
histeria dos homofóbicos, O Boticário até topou entrar na briga. Aos
grupos religiosos que exigiram respeito “às famílias no modelo
tradicional” e fé cega aos dogmas da Bíblia, a empresa divulgou uma nota
oficial: “A proposta da campanha é abordar, com respeito e
sensibilidade, a ressonância atual sobre as mais diferentes formas de
amor, independentemente de idade, raça, gênero ou orientação sexual,
representadas pelo prazer em presentear a pessoa amada no Dia dos
Namorados”. Nas redes sociais, um comentário irônico: “O Boticário vende
perfumes e não água benta”.



Entre os que reforçaram o coro homofóbico, cabe novamente destaque ao
bilionário pastor Silas Malafaia, que só deixa de lado os seus
preconceitos quando faz campanha para o cambaleante Aécio Neves. Em seu
canal no YouTube, ele postou um vídeo satanizando o comercial. “Sou
contra e estou aqui para dizer (...) a família é milenar, homem, mulher e
sua prole. (...) Tenho o direito de preservar macho e fêmea, porque
essa é a história da civilização humana”, rosna. Em entrevista ao site
de entretenimento “F5”, da Folha, ele chegou a comparar o
homossexualismo à pedofilia. “Hoje a sociedade reprova o amor de um
adulto sobre uma criança. Aquilo é o quê? É uma doença? Homossexualismo
também era considerado uma doença".





A resposta mais irônica – ou não – à pregação preconceituosa do “pastor”
Silas Malafaia foi dada pelo jornalista Kiko Nogueira, do imperdível
blog “Diário do Centro do Mundo”. Vale conferir:



*****



Malafaia é gay? Um estudo sobre homofobia diz que essa é uma enorme possibilidade

A
nova incursão de Silas Malafaia no terreno da picaretagem evangélica é
um vídeo detonando um comercial do Boticário em que aparecem casais
gays.

“Sou contra e estou aqui pra dizer que a família é milenar,
homem, mulher e sua prole. Tenho o direito de preservar macho e fêmea
porque essa é a história da civilização humana”, avisa.

Sugere um
boicote por fazer parte de uma “maioria”, acusa a propaganda de ser uma
tentativa de “querer ensinar a crianças e jovens o homossexualismo”.
Etc etc.

O que incomoda tanto o homem? O que lhe dói tanto?

O
comportamento obsessivo e histérico do maior pé frio na história
recente da política brasileira pode ser explicado pela ciência. Um
estudo sobre homofobia, publicado em 2012 no respeitado Journal of
Personality and Social Psychology — publicação especializada mensal que
circula desde 1965 — ajuda a entender o ódio e o medo que ele e seus
compadres sentem.

Durante meses, 784 universitários dos EUA e da
Alemanha foram convidados, primeiro, a avaliar sua orientação sexual de 1
(altamente gay) a 10 (muito hétero).

Na sequencia, se submeteram
a um teste. Imagens e palavras associadas à sexualidade lhes foram
mostradas. Eles foram então instados a classificá-las de acordo com a
categoria apropriada (gay ou hétero) o mais rapidamente possível.

Houve
um elemento crítico adicional, como explicou o professor Richard Ryan,
idealizador da coisa: “Antes de cada palavra e imagem, a palavra ‘eu’ ou
‘outro’ aparecia na tela do computador por 35 milésimos de segundo —
tempo suficiente para os estudantes processarem subliminarmente o dado,
mas curto o suficiente para que eles não pudessem vê-lo
conscientemente”, escreveu num artigo no New York Times.

“A
teoria, conhecida como associação semântica, é que quando ‘eu’ precede
palavras ou imagens que refletem sua orientação sexual (por exemplo,
imagens heterossexuais para um heterossexual), você as classifica na
categoria correta mais velozmente do que quando ‘eu’ vem antes de
palavras ou imagens que são incongruentes com a orientação sexual (por
exemplo, imagens homossexuais para um heterossexual). Essa técnica
distingue de forma confiável indivíduos que se identificam como
heterossexuais dos que se definem como gays, lésbicas ou bissexuais.”

Entre
o grupo que se disse “altamente hétero”, surgiu uma subseção de cerca
de 20% deles que indicaram uma atração pelo mesmo sexo. Esse mesmo
pessoal era “significativamente mais propenso ​​a favorecer as políticas
anti-gays e a atribuir punições mais severas para autores de pequenos
crimes se o autor fosse presumivelmente homossexual”.

Para o
doutor Ryan, “nem todos aqueles que fazem campanha contra gays e
lésbicas sentem desejo por pessoas do mesmo sexo. Mas ao menos parte
deles estão lutando contra si mesmos, tendo sido eles mesmo vítimas de
opressão e incompreensão”.

O caso de Malafaia embute ainda a
possibilidade de o pastor ser apenas um completo idiota oportunista. Mas
isso é óbvio, não necessita de prova científica — e não explica,
sozinho, esse grau de indigência mental.

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