terça-feira, 25 de agosto de 2015

Chacina...??? E o silêncio corre solto falando alto..... Cadê as autoridades? --- Geraldo Jr.


Extraído do Blog de Luis Nassif

Polícia deve tratar a prevenção a chacinas como uma questão institucional, por Hélio Schwartzman

Da Folha
Hélio Schwartzman
SÃO PAULO - A PM paulista se referiu aos policiais suspeitos de ter liderado a chacina do último dia 13 como "bandidos que integram temporariamente a instituição". É isso mesmo? Esse gênero de crime é resultado apenas de algumas maçãs podres que se infiltraram na corporação ou há algo de institucional aí?
Gostamos de pensar o delinquente ou como um maluco que não controla suas ações, ou como um agente racional que decide cometer crimes pesando fatores como benefício esperado e a chance de ser apanhado.
Experimentos conduzidos por pesquisadores como Dan Ariely sugerem que as coisas podem ser mais complicadas. Pelo menos em condições de laboratório, as pessoas incorrem mais em infrações à norma quando têm a oportunidade de racionalizá-las do que quando o pesquisador aumenta a probabilidade de o trapaceiro não ser apanhado.
É contraintuitivo, mas faz sentido, se pensarmos o pendor para o crime como resultado de uma contínua negociação entre a vontade de obter vantagem e a necessidade que cada um de nós tem de manter para si mesmo a imagem de que é um ser humano bom. O cérebro resolve a contradição com as racionalizações.
E uma das surpresas que surgiram nesses experimentos é que as pessoas se sentem mais à vontade para delinquir quando podem argumentar que o fazem no interesse de terceiros do que quando a vantagem é inapelavelmente pessoal. Se criminosos são uma ameaça à sociedade, quando eu os elimino estou agindo altruisticamente, o que desculpa o fato de meus métodos não serem tecnicamente muito legais.
Outro achado interessante é que a percepção (certa ou errada) de que todos estão cometendo uma violação também facilita a racionalização.
Esses dois elementos já deveriam bastar para a polícia tratar a prevenção a chacinas como uma questão institucional, não um simples problema de maçãs podres.

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