quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O Golpe é para manter a investigações SELETIVAS e livrar os "peixes" grandes da Elite


Do Blog Viomundo

Delcídio, que recebeu U$ 10 milhões da Alstom durante governo FHC, vai delatar; golpe de corruptos para derrubar Dilma tira o foco da Lava Jato

publicado em 09 de dezembro de 2015 às 13:41
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Da Redação
No dia 4 de dezembro o Viomundo informou a seus leitores que o vice-presidente Michel Temer também pedalou, mas as pedaladas de Temer não foram incluídas no pedido de impeachment formulado por Helio Bicudo, Janaina Paschoal e Miguel Reali Jr.
O Estadão descobriu isso no dia 8.
A Folha também.
Idem O Globo.
O ex-governador e ministro Ciro Gomes já disse que, se Temer assumir, no dia seguinte pede o impeachment dele com o mesmo argumento utilizado contra a presidenta Dilma:



Hoje, os repórteres Bela Megale, Mario Cesar Carvalho e Mônica Bérgamo, da Folha de S. Paulo trazem informações importantes, que corroboram nossa especulação sobre o futuro político: Eduardo Cunha e Michel Temer lideram um golpe parlamentar para se livrar da Operação Lava Jato, com a conivência do PSDB, agora que as investigações vão bater neles por conta da delação premiada do ex-líder do PT no Senado, Delcídio do Amaral.
Da Mônica:
ORDEM E PROGRESSO
A nomeação de Jobim [Nelson, para um eventual ministério da Justiça de Temer] sempre foi vista por Lula, por setores do PT e do PMDB, como possibilidade de o governo exercer maior controle sobre a Polícia Federal. “Com ele, delegado não vai mandar em ministro”, afirma um interlocutor de Michel Temer.
FREIO DE ARRUMAÇÃO
Há grande expectativa também sobre os rumos da Operação Lava Jato no Judiciário caso Dilma caia e Temer assuma. A imprensa se concentraria na cobertura do novo governo, diminuindo o espaço destinado às investigações. Ministros de tribunais superiores se sentiriam menos “acuados”, na opinião de profissionais do direito, e se encorajariam a tomar decisões contrárias às do juiz Sergio Moro.
RESPEITO MÚTUO
É lembrada também a relação respeitosa de Temer com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, outra peça-chave da Lava Jato.
PALAVRAS
A relação entre os dois chegou a gerar mal estar entre Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Em março, o parlamentar disse a interlocutores que o vice-presidente falou pelo menos três vezes com Janot para tirar investigados da lista da Lava Jato –inclusive Eduardo Cunha–, o que nunca foi comprovado.
De Bela Megale e Mario Cesar Carvalho:
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró relatou aos procuradores, na fase de negociação de sua delação premiada, que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS)
recebeu suborno de US$ 10 milhões da multinacional Alstom durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1999 e 2001.
À época, ele ocupava a diretoria de Óleo e Gás da Petrobras, e Cerveró era um de seus gerentes. O ex-líder do governo no Senado foi preso no âmbito da Lava Jato no dia 25, sob acusação de tentar obstruir a investigação –ele prometera dinheiro a Cerveró para que seu nome não aparecesse na delação do ex-diretor da estatal.
O pagamento da propina ocorreu na compra de turbinas para uma termoelétrica que seria construída no Rio, a TermoRio, por US$ 550 milhões. A Petrobras tinha pressa em construir termoelétricas por causa do apagão que ocorreu no governo de FHC entre 2001 e 2002.
*****
A Alstom é alvo de uma série de investigações em São Paulo, sob suspeita de ter pagado propina em contratos com o Metrô, CPTM e empresa de energia do governo de São Paulo, sempre em governos tucanos.
A empresa nega sistematicamente o uso de suborno para obter contratos e diz seguir um rígido código de ética.
Cerveró já antecipou aos procuradores que tinha uma relação de intimidade com Delcídio.
Segundo o ex-diretor, sem o apoio de Delcídio ele não teria sido escolhido para atuar como gerente na diretoria de Óleo e Gás nem para ocupar o cargo de diretor da área Internacional da estatal.
Relembremos: Delcídio participa do esquema desde que conheceu Paulo Roberto da Costa e Nelson Cerveró na Petrobrás ainda quando era tucano, no governo FHC.
Delcídio pode jogar luz nos contratos da Alstom com o trensalão paulista.
Na famosa gravação que está com a PGR, Delcídio menciona Gregório Marin Preciado, íntimo do senador José Serra, como sendo a pessoa por trás de Fernando Baiano, apontado como homem do PMDB no esquema da Petrobrás.
Serra aparece nas anotações do empreiteiro Marcelo Odebrecht, que ainda não fez acordo de delação premiada. “Adiantar 15 p/ JS”, está escrito. Internautas especulam que a sigla JS significa Jula da Silva.
Leia aqui o oitavo capítulo de A Privataria Tucana para entender a relação entre Serra e Preciado.
Portanto, o PSDB paulista tem a essa altura todos os motivos para barrar, tirar os holofotes ou sumir na mídia com a Operação Lava Jato.
Tem motivos para tirar rapidinho da cadeia o banqueiro André Esteves e o empreiteiro Odebrecht, antes que eles decidam delatar.
O mesmo objetivo teria o vice-presidente Michel Temer, citado pelo delator Júlio Camargo como beneficiário do esquema montado por Fernando Baiano.
Além disso, o chantagista Cunha foi explícito ao rebater Fernando Henrique Cardoso numa troca de farpas:
Fernando Henrique não precisa de escada em mim para poder promover o livro dele. Mas eu, por questão de educação, não vou remeter a fatos pretéritos da época em que eu estava na Telerj. Eu não preciso fazer o que ele fez. No dia em que eu escrever o meu livro, aí eu coloco [fatos da época em que comandou a Telerj, no governo de Fernando Collor e em parte do governo de Itamar Franco]
Relembrando: Cunha presidia a Telerj enquanto FHC era chanceler e ministro da Fazenda de Itamar Franco.
Dentre os que pretendem julgar Dilma estão Paulinho da Força — ele mesmo suspeito de receber R$ 1,6 milhão de uma empreiteira para desmontar greves — e três deputados do PP gaúcho sob suspeita de envolvimento no escândalo da Petrobrás. É um escárnio!
Há fortes indícios, portanto, de um golpe unindo corruptos do PMDB aos do PSDB para derrubar Dilma, fiadora da Lava Jato, agora que o PT já foi atingido de morte. Em troca da impunidade, o PMDB bancaria a implantação de um programa econômico que retira direitos sociais garantidos pela Constituição de 88: aposentados poderiam receber menos de um salário mínimo, a CLT seria extinta na prática, o financiamento dos programas sociais seria submetido ao Congresso e o pré-sal entregue a transnacionais para financiar a farra pós-golpe de PMDB/PSDB.
A ironia final é que Helio Bicudo, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma, trabalhou como lobista da Alstom em contratos fechados com o governo paulista.


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