(...)
Estou convencido, por diversas razões, que, desta feita, o desfecho
não será o mesmo daquele de 1964. Mas vai depender, também, de como os
atores levarem adiante o processo de luta, que a meu ver será longo.
Em princípio, a presença da direita não deveria assustar, podendo até
ser elemento politizador para o conjunto da sociedade. Cabe à esquerda
convencer a maioria dos cidadãos de que o impeachment seria um golpe
branco, sem base jurídica, como até especialistas da oposição
reconhecem.
Cumpre também, isolar, dentre aqueles que se manifestarão amanhã, os
setores minoritários de extrema-direita que incitam ao crime. A
Constituição garante o direito de manifestação, sem restrições.
Por outro lado, a Carta pune de maneira rigorosa qualquer iniciativa
prática contra a democracia. O parágrafo 44 do artigo 5º qualifica de
“crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático”. Por
isso, incitar à intervenção militar é fazer apologia do crime e deve ser
denunciada enquanto tal.(...)http://www.viomundo.com.br/politica/andre-singer-a-primeira-disputa-pelas-ruas-brasileiras-desde-64.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário